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O CASO DR. BUMBUM: ESTAMOS RETROCEDENDO!

  • scopelv
  • 22 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de jul. de 2020

Não pense que fiquei alheio a sentimentos pelo fato de não ter me surpreendido. Sinto muito pela perda de mais uma vida, pelos familiares da paciente e por todas outras pacientes que sofreram danos causados por este sujeito. Explico no entanto, a minha falta de surpresa.




Vivemos tempos de barbárie e selvageria. Retrocedemos na evolução da espécie. Valores como ética, respeito e educação estão se perdendo diariamente. E não nas escolas e universidades, principalmente em nossos lares. Bandidos como este autodenominado “Dr. Bumbum” sempre existiram e vão existir. O que não se pode permitir é que um sujeito como este faça mais de 9 mil vítimas e somente ser preso quando um óbito vira notícia.


Quem faz um médico são seus pacientes. São eles que impulsionam bons e maus médicos. E os pacientes que dão fama a médicos como o “Dr. Bumbum” são muitos e se proliferam. Além dos 9 mil que ele alega ter atendido, são mais 600 mil em suas redes sociais, curtindo, compartilhando e idolatrando um psicopata. São pessoas com valores distorcidos, sem amor ou respeito à própria vida, que se submetem a procedimentos condenados pela medicina séria, em locais inapropriados, com profissionais de todo tipo, sem habilitação e nem sequer ética ou treinamento.


Mas por que isso acontece? Porque é mais fácil. Este tipo de paciente não quer a realidade. Quer um procedimento da moda, uma promessa falsa, que tenha resultado imediato e sem período de recuperação. Sonha com um corpo que não é seu, quer procedimentos que não precisa ou que não são para o seu caso, e dá mais valor a informações de internet ou de uma vizinha do que a um médico sério e preparado. É uma questão de não assumir suas responsabilidades e, na verdade, pagar para qualquer um para que este as assuma.


Neste caso em especial, uma cascata de erros levou ao desastre. Um mau médico, sem ética, respeito ao paciente ou às leis, sem formação de cirurgia plástica ou dermatologia, que realizava procedimentos invasivos em local inadequado e com produto proibido para aquele fim. Uma paciente em idade que deveria ter maturidade, que possuía todos recursos de informação, escolheu fazer um procedimento condenado pela medicina, com um médico sem especialização, escolhido pelas redes sociais, numa cidade muito distante da sua, em um local impróprio para a realização do procedimento e sem informar à própria família.


A desculpa do “Eu não sabia” já não cola mais. Hoje, a maior arma que temos é a informação. Todos temos acesso a ela, cabe a cada um assumir sua responsabilidade. Se o paciente em caso de desejo ou necessidade de um procedimento médico, antes de fazê-lo, pesquisar, consultar, avaliar e se certificar, bandidos de jaleco não terão apelidos promocionais e somente fama de criminosos.


Dr. Vicente Scopel de Morais Médico, cirurgião plástico

 
 
 

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